Não dá. Aliás... nem consigo. E não quero. Ainda não sei riscar nomes de agendas, apagar rastros de história, virar algumas dessas folhas já escritas em minha vida e fingir que descobri, de uma hora pra a outra, tratar-se de mero rascunho. me desculpe cada um de vocês, que encontro, converso, e pareço forçar uma cumplicidade, amizade, surpresa que talvez não deveriam estar mais presentes. Me desculpem se não sei perder essa curiosidade fora de hora, e se não tenho capacidade de aceitar esse fim natural do qual tantos tentam me convencer.
... espero apenas não estar sendo inconveniente. Peço um favor, último que seja; finge, apenas.
E quando me encontrar, por favor, não me dê um tchauzinho sem graça, piscadela de olhos e aquela indiferença digna de vãos conhecidos . Não te peço muito (por menos que me devas). Peço apenas que me escute. Me veja chegar, e não te assustes. Já fiques sobre aviso... que provavelmente vou me aproximar, conversar um pouco como nos velhos tempos, perguntarei amenidades daquela parte de tua vida a qual um dia já pertenci. E então? Abrirei um sorriso cheio de esperanças, provavelmente seguido de algum convite vazio, narração de duas ou três novidades banais, e então sairei satisfeita.
Por fim eu vou me despedir de você. Vou forçar um abraço sincero e carregar para sempre o consolo da dúvida; jamais saberei, então, se você algum dia leu este meu apelo, ou se apesar da distância, do tempo, dos rumos ... apesar dessa ausência e desse imenso silêncio que congela qualquer passado presente entre nós, talvez exista a possibilidade de que não tenhamos por completo esquecido o caminho para se chegar um ao outro.
Mas não te aflijas muito; se é verdade que este caminho não existe mais, peço apenas o benefício da dúvida.
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